sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sorrisos no palco


Sei lá, até queria gritar, chorar sangue, ter unhas grandes pra arrancar minha carne e demonstrar que o sofrimento é coisa dilacerante.
Mas não, não consigo.
Não consigo sofrer ardorosamente, mesmo que o motivo seja digno da maior dor do mundo. E é.
Tudo culpa da Mônica. Que danada de mulher que não soube fazer outra coisa que não fosse me ensinar a sorrir. A mim e às meninas: sua prole. Por culpa dessa minha mãe, tudo que vemos é amor, intenso e abundante. Mesmo agora.

Guerreira que só soube enfrentar qualquer sofrimento, de carne e de alma, com armas de alegria, com palavras de confiança, com a bravura de quem teme, mas acredita, amando a vida sempre e tanto.

Brava Mônica, mesmo que seu sorriso não se manifeste nesse momento à nossa frente, ele está bem plantado em nós.
Para cada lágrima que derramamos, não tenha dúvida, são mil sorrisos seus a nos usar de palco.
Você explode em nós a cada gargalhada que soa alto, como a absurda gratidão por sermos filhos seus. Te amamos descontroladamente, despudoradamente, escancaradamente. Eterno sorriso nosso que você é.